segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

De volta.

Depois de longo e tenebroso inverno, me deu vontade de escrever de novo. Aguardem.

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Saída pela direita.

Nada no mundo é melhor do que sumir quando vc precisa muito disso. Sumir no mundo, sem ninguém descobrir o verdadeiro porquê. É muito bom isso. E é isso que eu vou fazer, rs.
Tem horas na vida que a gente precisa zerar tudo: emoções, expectativas, sonhos, planos. Pra mim isso é essencial. E nada melhor do que fazer isso perto dos amigos queridos.
Amigos. Uma das melhores coisas do mundo. O que faríamos sem eles? Eu morreria. Estou muito feliz em saber que os tenho. Sempre.

terça-feira, 14 de julho de 2009

Martha Medeiros leu meus pensamentos.

Adoro a Martha Medeiros. Pra mim ela é uma espécie de Djavan: consegue falar sobre as coisas mais profundas sem cair na pieguice ou na breguice. Numa dessas crônicas da revista de domingo, ela conseguiu traduzir exatamente o que eu penso sobre a questão "do tempo certo de cada coisa". Ou seja, tudo na vida tem uma duração ideal, um life time, passou daquilo... deu, foi, perdeu a graça, encheu o saco. Acho até que é por isso que a gente nasce, cresce e morre, porque essa história de vida eterna deve ser chato a rodo. Então, faço minhas as palavras da Martha. E vejam se vocês concordam.

"Há quem escolha o livro pelo número de páginas. Se tiver mais que 200, não chega nem perto. Livrão: taí uma coisa que não me inibe. É bem verdade que um tijolaço não é lá muito agradável de segurar, mas nada impede que seja devorado com prazer. No entanto, é uma exceção que abro para a literatura. Para quase todo o resto, sou fã dos compactos." (...)

"Peça de teatro, nem me fale. Deveria ser lei: não durar mais que 90 minutos. (...) Gosto muito de teatro, mas também gosto muito de jantar. (...) Não gosto de nada que extrapole o tempo regulamentar do meu humor e da minha capacidade de simpatia. "

"Reconheço que nada do que estou dizendo é digno de aplauso. Manda a etiqueta não se apressar, usufruir de tudo com calma, dar tempo para que as coisas se desenvolvam. Na teoria, concordo. Na prática, sou menos paciente. Não lido bem com com situações que se arrastam, com falta de objetividade, com rodeios. Fico nervosa com gente que fala pausadamente e leva 10 minutos pra dizer o que poderia ser dito em três. Pessoas que ficam horas ao telefone sem chegar logo ao ponto. Música que repete à exautão o estribilho. Eu cortaria uns quatro "lá lá lá lá hey, Jude..." Que heresia: sobrou até para os Beatles."

"E o que dizer de um palestrante que ama a própria voz? E emails do tamanho de uma tese de mestrado? E teses de mestrado? E novelas? Alguém me explica por que ainda fazem novelas que duram oito meses?"

"Estou dando a impressão de que fui abduzida por esse mundo que não enaltece o prazer, que não se entrega à reflexão, que não curte a travessia. Mas a verdade é que eu ainda me regalo - e muito - com prazeres, reflexões e travessias, sem achar que para isso é necessário que eles me esgotem. (...)

" Para provar que não sou um caso totalmente perdido, algumas coisas ainda aprecio que sejam longas, como as amizades, as caminhadas, as conversas em volta da mesa, nosso tempo de vida... E uma boa transa, é claro. Já o sexo tântrico é outro exagero. Cinco horas pra atingir o orgasmo? Esse pessoal não tem que trabalhar no dia seguinte?"

Falou tudo Martha.

Até.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Cortesia e gentileza - vamos praticar?

Reconheço que sempre reclamo da falta de cortesia e gentileza nesse blog. Também reclamo fora dele mas, agora, resolvi que ao invés de ficar só reclamando, vou tentar contribuir para "divulgar" aquilo que acho que muitas pessoas "esqueceram".

Não estou me gabando e nem me acho o máximo por instintivamente cultivar a gentileza e a cortesia no meu cotidiano. Pra mim, gentileza feita com o coração é uma demostração de amor e respeito ao próximo. E tem que acontecer indiscriminadamente. Nada é pior do que aquelas pessoas que só são gentis por interesse: a simpatia e a cortesia delas só valem para o marido, para o chefe ou para os amigos ricos... Isso realmente é o fim da raça humana...

Ser gentil de verdade tem que valer em todas as situações da vida. Você tem sido gentil ultimamente? Se não, este pode ser um bom momento pra começar. E se vc nunca ligou pra essas coisas, é importante se ligar. A cada dia tem mais gente no mundo e, se não houver essa preocupação, a vida vai ficar insuportável. Portanto, tratar bem o motorista do táxi, a caixa do supermercado ou mesmo a sua empregada vai contribuir para o seu bem estar. Quem trata mal os outros está fazendo mal a si mesmo em algum nível. Pensa nisso...

Então, abrir a porta para o outro passar, ao invés de se entalar junto com ele, pode ser a 1a. atividade a praticar. Que tal?

E a seguir vou listar aquelas outras coisinhas que todos nós devemos praticar sempre, ok?

1- Dê a passagem na rua, no elevador, no banco, no trànsito. Sempre que puder, ceda a sua vez.

2- Não se esqueça do básico: bom dia, por favor, com licença, obrigada. Inclua também o "posso?" e o "que bom!", não custa nada...

3- Ajude um colega de trabalho que esteja super enrolado. Um favorzinho à toa pra vc, é uma enorme ajuda pra quem está sobrecarregado.

4- Tá atrasado? Ligue pra avisar e justifique-se. O tempo da outra pessoa é tão valioso quanto o seu.

5- Retorne os telefonemas, responda aos emails, agradeça os convites que receber, mesmo que não dê pra vc ir. Isso mostra que vc é uma pessoa que tem consideração e mantém aquecida as suas relações de amizade e coleguismo.

6- Sempre agradeça os favores e as coisas bacanas que os outros fazem por vc. Reconhecer a gentileza alheia além de ser simpático, incetiva a mesma.

7- Elogie as pessoas, com base na verdade e na sua percepção. Só pra babar ovo não conta...

8- Você foi convidado pra ir jantar ou almoçar na casa de alguém? Leve um mimo pra dona da casa. Pode ser flores, vinho, sobremesas...

9- Elogie o seu marido, namorado ou seus amores. Nem preciso explicar o quanto isso é bom pra gente e pra eles.

10- Aceite as diferenças. Às vezes é bem difícil, mas temos que aceitar que as pessoas são diferentes, têm escolhas e pensam diferente da gente. Somente o fato de aceitá-las já faz uma diferença danada, eu testei!

11- Viu alguém perto de vc carregando mil pacotes, sacolas, todo atrapalhado? Ofereça uma ajudinha.

12- Tente cultivar os pensamentos positivos e espante os maus. Esvaziar a mente deixa a gente mais leve. E a chance de ser gentil e generoso com os outros aumenta.

13- Doe um tempinho da sua agenda pra alguém que teve alguma perda ou está sofrendo por alguma coisa. A presença de um amigo é tudo nessa hora.

14- Tente sempre não julgar nada nem ninguém. Isso vale pra si mesmo. Somos muito duros às vezes e esquecemos de como a vida é complexa. Fazer isso nos ajuda a não sermos tão intolerantes às diferenças e imperfeições.

15- Se você não é uma pessoa naturalmente gentil e está "praticando" não fique se achando um "ser superior" por agir de forma "tão legal" com os outros. Isso é ridículo. Deixa de ser metido e ria de si mesmo por ser tão idiota de "estar se achando"...

16- Convide os amigos pra uns programinhas bacanas ao invés de ficar só esperando por convites. Um café, um cineminha, um bate-papo alegra a nossa semana.

17- Ouça o que os outros têm a falar.

18- Seja legal com vc mesmo e identifique suas vontades e desejos. Respeite-os.

19- Quando houver festa na sua casa, mande um pedaço de bolo ou de pizza para aquele porteiro legal do seu prédio.

20- Faça um bem. Qualquer um.

21- Tenha paciência com os inevitáveis chatos, malas, etc. Use o bom humor.

22- Expresse gratidão a quem te ensinou alguma coisa.

23- Empreste um ótimo livro que vc terminou de ler.

24- Avise quando a pessoa não percebeu alguma situação desagradável (sabe aquele alface no dente?).

25- Convide aquela pessoa nova no trabalho pra almoçar. Ajude-o a se familiarizar com o ambiente.

Bem, é isso. Depois me falem se foi tããão difícil assim...

Bjs
Fe

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Frases e coisas indígenas

Adoro aquela coluna da Revista do O Globo onde os leitores enviam frases ouvidas em diversos lugares. Tem sempre umas pérolas.
Uma delas, recentemente publicada, foi ótima: uma mulher dizia pra amiga " - Domingo sempre vou à praia bem cedinho no Arpoador. Assim que escuto o primeiro grito de "Cléverson, dá a mão a Xaiane" pego minhas coisas e volto correndo pra casa." Amei.

Dentro no tema "programa de índio", assisti à uma entrevista espetacular no Jô Soares, acho que foi na semana retrasada... Era com a autora do "Guia Michelíndio", contando sobre aqueles lugares turisticos famosos em todo o mundo, mas que são programas de índio com certificado de garantia. Em resumo: se teimar em ir, só se for de cocar e tacape. Tô louca pra comprar esse Guia, apesar de que eu sou meio Mãe Nandão pra programas indígenas... Mas tem sempre um pentelho pra insistir e você acaba cedendo pra não ser a "estraga prazer" da viagem. Esse Guia vai acabar com esse problema, já que o pentelho vai ver que "tá escrito". Gente chata é assim, só acredita vendo.

Outra frase que eu ouvi, numa chamada de um programa do GNT, resumiu o que eu penso de gente que exagera na preocupação ecológica, olha só: "Sabe o que acontece com homem que só pensa em salvar árvore? Começa a nascer uns galhos na cabeça dele...". Adorei.

Bjs
Inté

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Da série "Clássicos": "Flátima".


Aconteceu numa viagem à Búzios, combinada pela galera num daqueles fins de tarde no Pepê. Só iriam os amigos legais, o povo entrosado e divertido. Mas eis que surge uma pentelha penetra, a qual nós nem sabíamos direito o nome. Uns achavam que era Fátima, outros juravam que era Flávia. Virou Flátima.

A Flátima era aquela pessoa tipo rêmora, agregada do irmão do colega do amigo. E ela cismou com um amigo nosso. Desde então, resolveu se estabelecer na praia com a gente. O pior de tudo é que ela era simpatia zero e com as mulheres então... Pra mim, particularmente, só de ver a cara dela já me irritava porque me lembrava um triângulo invertido. Devia ter seno e cosseno de tão chata (tenho trauma de geometria). Ela também tinha um ar de araci de almeida loura, sempre mal humorada. E pra agravar a situação, vivia pra cima e pra baixo com uma cachorrada de fazer inveja àqueles dos filmes do Stephen King.

Nem preciso dizer que todo mundo já tinha sacado que a mulher era uma mala ensaboada. E pra nosso azar, a figura tava na praia nesse dia da combinação da viagem. Óbvio que ela acabou se infiltrando. A semana voou e logo chegou a quarta, véspera do feriadão. Partimos. Mas pra nossa sorte, um outro amigo nosso estava hospedando um sueco e, como o gringo tava mais feliz do que pinto no lixo no Brasil, acabou indo também. Pensamos: esse gringo vai "herdar" essa Flátima. Vamos deixar esse "job" com ele... Rolavam aqueles olhares cúmplices. Risinhos discretos.

Assim que chegamos à Búzios, a Flátima começou a emanar a sua natural força centrípeda e cada um de nós foi se espalhando prum lado, ou seja, pra bem longe dela.
Cinco minutos depois, só sobrou a Flátima e o Gringo. Já que o coitado não falava nem uma vírgula em português, achamos que essa tarefa ia ser mole pra ele.

O feriadão foi passando e, durante os dias, a gente vira e mexe vislumbrava o Gringo junto com a Flátima passando. Era Rua das Pedras, Chez Michou, Bar do Zé, Tartaruga, e o pobre do Gringo com aquela expressão de "quem roubou o meu pudim?". Também nem preciso dizer que, quando a gente via o casal apontando no horizonte, a gente se disfarçava de arbusto e ficava só de longe vendo a cena.

Eis que no último dia de viagem, quando todos já começavam a retornar "para vossas casas", ou seja, se reencontrar naquele fim de tarde em Geribá, surge o Gringo sozinho, todo sorridente, parecia que tava com encosto do Neguinho da Beija Flor em dia de desfile na Sapucaí. Não deu nem 1 segundo e nós, quase em coro, perguntamos: "Ué, where´s Flátima?". E o Gringo, com uma expressão de quem tinha saído vencedor de uma luta com o Jaspion, disse:
Ahhh, muuuito chato ela!!!

O Gringo virou nosso herói. E o melhor: ele entendia bem o porquê.

O "Muito chato ela" virou um bordão pra gente. Até meu irmão, que soube da história por mim bem depois, usa o "Muito chato ela" em diversas situations.

De volta ao Pepê, pós viagem, a Flátima reapareceu mas não voltou a se aproximar. Se transformou numa versão do Jeison de sexta-feira 13. Foi um "obrigada senhor" unânime. Acho que esse Gringo veio ao mundo pra isso, com a missão de "situar" a Flátima.

Bem, depois que a Flátima se transformou em lenda, tive alguns encontros inusitados com a pessoa dela. Inacreditáveis.

O primeiro: tinha acabado de me mudar e levei a família pra visitar o meu apê. Aí, enquanto estávamos ali no hall, o elevador se abriu e tchãããã surge a Flátima com a sua carruagem de cachorros draculescos! Imaginem o meu pancadão. Era o último lugar que eu esperava encontrar a Flátima! E pior, depois disso, ela NUNCA MAIS apareceu no prédio! Meda.

O segundo: academia do Rio Sul, aula do André lotada, a mais concorrida da academia. Tinha gente que chegava 1 hora antes pra guardar lugar. De repente, no auge do agachamento, a gente só escuta uma kizumba vindo do fundo da sala. Me viro e vejo: era a Flátima criando o maior caso porque não tinha colchonete e nem 1 milímetro quadrado pra ela ficar. Pra tapar a boca da mala, o coitado do André a colocou naquele palquinho, no alto, onde ele ficava. Agora pensem: eu fazendo uma aula inteira olhando pra cara e pra bunda da Flátima!

O terceiro (esse foi sinistro): Tarde mulherzinha. Combinei com uma super amiga minha que era sócia do clube Piraquê, de passar a tarde lá, fazendo de um tudo: sauna, massagem, limpeza de pele, pé e mão, etc. Geral com preços baratézimos. Bem, deixamos o pacote manicure pro fim e pra nossa surpresa o salão lotou em plena 4a. feira. Porém a gerente, que era super simpática, falou: olha, tem uma pessoa que tá muito atrasada. Vou botar você no lugar dela. Lá estou eu super done, pés sendo massageados, quando vejo um espectro me fulminando: era a Flátima! Nâo é que a pessoa que tava atrasada era ELA! Fiquei chocked. Depois fui à igreja jogar uma água benta, porque a cara de aracéia da Flátima quando me viu, foi dose.

Pra fechar, deixo aqui o registro de que nunca mais vi a Flátima novamente.
Mas não me esqueço a grande lição dessa história: a chatice é praticamente um Esperanto: universal.

Inté
bjs
Fe

PS: esse texto é dedicado àqueles que sempre quiseram eternizar o "Muito chato ela".

















quarta-feira, 17 de junho de 2009

Sorry-se.

Todos os dias agradeço a deus por ter conhecido a pessoa (um conhecido meu) que criou a expressão "sorry-se". Obrigaaaadaaa!
"Sorry-se" resolveu muitos problemas na minha vida, porque mistura com equilíbrio perfeito a porção "foda-se" do seu ser à porção "eu lamento que isso aconteceu com vc".
Então, traduzindo: "sorry-se" é = "lamento mas foda-se". Não é um espetáculo?
Antes eu me sentia culpada por mandar um 100% "foda-se" em situações em eu queria passar uma certa solidariedade à pessoa. E com o "sorry-se" esse lamento tem limites.
Sinceramente, posso escrever 200 linhas e não vou conseguir passar o meu grau de gratidão por essa expressão existir.
Se vc não entendeu nada do que eu falei, só posso dizer: sorry-se.

Fernanda